01 julho 2014
Essas crianças!
Essas crianças!
Na Vila do Sapé só havia uma farmácia e, claro só um farmacêutico, seu Leonel, que o tempo havia esquecido ali. Ele era o substituto de médicos, atendia a todos com carinho e muita paciência, quer fosse um adulto ou uma criança.
Certa vez, Pedrinho, menino de seus dez anos foi à farmácia e pediu trinta gramas de erva doce.
A estante das ervas era alta e o farmacêutico era baixinho, portanto ele teve que pegar uma escada, para alcançar o produto pedido, que estava num grande pote de vidro. Desceu com grande dificuldade, pesou a erva doce na balança, fez um pacote e o entregou ao Pedrinho, que pagou e saiu.
Seu Leonel, lentamente, guardou o dinheiro, levou o pote para o alto da estante e desceu. Não passou muito tempo, e chegou Dorinha, uma linda menina da vila.
_Mamãe quer trinta gramas de erva doce.
O farmacêutico fez tudo, novamente, para atender a garotinha.
Já estava guardando o pote, no alto da estante, quando chegou Lucinha, filha de sua vizinha.
_Você quer trinta gramas de erva doce?
_Não senhor.
Seu Leonel colocou o pote no lugar, desceu, guardou a escada e perguntou a Lucinha:
_ O você quer, Lucinha?
_ Eu quero cinquenta gramas de erva doce, seu Leonel!
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