30 junho 2015

NOITE DE CONTOS JAPONESES



                                       NOITE DE CONTOS JAPONESES

    O convite foi feito e um público excelente nos prestigiou no dia 27 de junho, no Teatro Municipal de Garça. Contamos histórias do folclore japonês, além da excelente participação de uma dança típica e dos tambores, tocados por jovens da cidade vizinha, Marília. A dança foi apresentada por um grupo de crianças  de Garça. O Grupo Pirlimpimpim está desenvolvendo o projeto aprovado pelo PROAC, onde constam quatro sessões temáticas, além de 132 sessões na Biblioteca para turmas agendadas previamente. 

                                          Ficamos muito felizes em poder oferecer nosso trabalho para a comunidade garcense. 
Foto de Pirlimpimpim Contadores de Histórias.

16 junho 2015

LENDAS JAPONESAS



                                                        MANEKINEKO

               Vocês já viram aquele gatinho simpático, que acena com a patinha levantada e sentado nas patas traseiras? Pois ele é considerado um talismã para atrair boa sorte, no Japão.
               Ele pode ter várias origens, dependendo da região do país.Vejam duas delas:


Principais história/lendas sobre o Manekineko
Manekineko do Templo Gotokuji
Contam que, quando Li ou Ii Naotaka (1590~1659), do clã Omi, voltava do cerco e tomada do Castelo de Osaka, após ter comandado 3,2 mil homens e se destacado na Batalha de Tennoji, em março de 1615, foi surpreendido por uma forte chuva repentina e abrigou-se em baixo de uma árvore próxima ao Templo Gotokuji, em Setagaya.
Na época, Gotokuji era um templo decadente, de pouca frequência e, portanto, muito pobre. No templo, vivia um monge budista e uma gata de nome Tama. Solitário, o monge conversava com a gatinha lamentando-se, quase sempre, a fase de penúria que o templo encontrava-se.
“A situação está cada vez pior. Hoje, nem temos arroz para comer. Bem que você podia dar uma ajuda para melhorar nossa situação, em vez de ficar dormindo o dia inteiro”, dizia o velho monge à gata.
Manekineko e Naokata (Imagem: Nikkeypedia)
Manekineko salva Naokata (Imagem: Nikkeypedia)
Esperando a forte chuva passar sob a proteção da árvore, Naotaka olhou para o desgastado templo e viu um gato sentado sobre suas patas traseiras e acenando com a pata dianteira levantada em sua direção. O samurai ficou encantado pela habilidade do bichinho e seguiu em direção ao templo para ver de perto a façanha.
Quando Naotaka chegou junto ao templo, um raio fulminante atingiu a árvore exatamente no local em que se encontrava a poucos momentos. O guerreiro imediatamente percebeu que aquele gesto do gato havia lhe salvado a vida. Então, entrou no templo para rezar em agradecimento à graça recebida.
No salão principal, havia várias goteiras, e todo o templo encontrava-se em condições precárias. Naotaka fez oferenda de todo o dinheiro que carregava, depositando em um altar. Em seguida, comentou com o monge que a sabedoria do Grande Buda o guiaria a usar aquele dinheiro para reformar o desgastado templo.
Após esse episódio, Naotaka passou a frequentar Gotokuji, e o local passou a ser, então, o templo oficial da família e de todo o clã de Ii Naotaka e, consequentemente, tornou-se um santuário próspero, visitado por todas as pessoas da região.
Para homenagear o gesto de Tama, que tanta sorte trouxe ao templo e, principalmente, salvou a vida de Naotaka, foi esculpida e colocada no local, uma estátua da gata com a mão levantada. As réplicas em miniaturas da estátua, que eram distribuídas no Templo Gotokuji como lembrança, tornaram-se, mais tarde, um amuleto da sorte, com o nome de Manekineko, que, até os dias atuais, são reverenciadas e vendidas no próprio templo em Setagaya, onde continuam trazendo muita sorte e fortuna.
Contam que quando o gato morreu, um túmulo foi erigido em sua homenagem no Templo Gotokuji, com a estátua de um gato acenando para relembrar o episódio.
Manekineko do Santuário de Imada
Existe outra versão para a origem do “Gato que acena”, que também data do Período Edo, mas relativa ao Santuário de Imado, onde o Manekineko também é venerado.
A história, muito famosa, conta que no bairro de Imado, em Edo (atual Tóquio), uma velha senhora tinha um gato de estimação, mas, devido aos tempos difíceis da época e a sua idade avançada, a anciã não conseguia trabalho e encontrava-se em extrema situação de penúria.
Sem ter mais condições de garantir seu sustento e, muito menos, de seu estimado gatinho, tomou uma decisão e chamou o bichinho para conversar.
“É com o coração partido que terei de lhe doar a alguém, antes que morra de fome junto a mim, pois, com a minha condição de extrema pobreza, não tenho como continuar lhe alimentando”, disse a triste velhinha ao gatinho que a olhava atentamente, parecendo entender a situação.
Depois, com lágrimas nos olhos e com o estômago contorcendo de fome, a sofrida anciã recolheu-se em sua cama, rogando a Deus que lhe ajudasse.
Dizem que Deus atende a todos os necessitados e, principalmente, os puros de coração. Então, como que atendendo ao pedido, a velhinha sonhou com o seu gatinho, que lhe passou uma mensagem: “Molde minha imagem e semelhança em barro que lhe trará muita sorte”.
No dia seguinte, ela resolveu fazer uma estatueta do gato, conforme o sonho havia sugerido. Enquanto ela moldava o barro, o gato estava “lavando a cara” com gestos exagerados e, achando engraçado, a velhinha resolveu moldar o bichinho com a pata levantada. Nisso, passou uma pessoa em frente de sua casa e, achando interessante, quis comprar a estatueta. Como estava há dias sem comer, a velhinha não pensou duas vezes, vendeu a estatueta e comprou comida para si e o gato.
Assim, de barriga cheia e com energias renovadas, resolveu fazer outra estatueta para deixar como talismã da sorte, conforme o gato lhe dissera no sonho. Porém, mal acabara de concluir a imagem, outra pessoa apareceu e comprou a segunda estátua.
Os dias foram passando e quanto mais a velhinha fazia estátuas semelhantes ao seu gatinho, todas com uma pata estendida, mais pessoas apareciam para comprá-las. Com isso, a anciã prosperou e, ela e seu estimado gatinho, nunca mais passaram necessidades.
A estatueta da sorte, que a princípio não tinha nome, passou a ser chamada por todos de Manekineko, o “gato que acena”.
Significados das posições das patas do Manekineko
Pata esquerda levantada: Atrai uma boa clientela.
Pata direita levantada: Atrai fortuna e sorte.
As duas patas levantadas: Também pode encontrar o Manekineko com as duas patas levantadas ou até com as quatro patas para cima, o que é bem raro, que simboliza fortuna e sorte, e, ao mesmo tempo, atração de pessoas.
Altura da pata: Quanto mais alta a pata for, melhor, pois atrai mais dinheiro ou clientes.
Significados das cores do Manekineko
Branco: Purificação
Preto: Proteção
Rosa: Amor
Dourado: Dinheiro
Verde: Sorte nos estudos
Vermelho: Saúde
Tricolor: Muita sorte
A seguir, algumas variedades de cores, posições e ornamentações dos Manekinekos:
Manekinekos de diversas cores  e todos segurando uma moeda "koban" (Foto divulgação de lojas japonesas))
Manekinekos de diversas cores e todos segurando uma moeda “koban” (Foto divulgação de lojas japonesas))
Manekineko dourado (Foto divulgação de lojas japonesas)
Manekineko dourado (Foto divulgação de lojas japonesas)
Manekineko com duas patas levantadas (Foto: Mundo-Nipo)
Manekineko com duas patas levantadas (Foto: Mundo-Nipo)

04 junho 2015

NOVAS HISTÓRIAS.



                                                NOVAS HISTÓRIAS

        No mês de junho o Grupo Pirlimpimpim costuma apresentar um repertório diferente.
        É que nesse mês Garça está preparando-se para a sua maior festa turística: a Festa das Cerejeiras. As cerejeiras da cidade foram trazidas e plantadas pelo nosso querido senhor Nelson Ishissato, vários anos atrás. Atualmente há mais de quinhentos pés da espécie, que no mês de junho colorem e perfumam as margens do Lago Artificial da cidade, num espetáculo admirado por todos que ali passam.
         A cerejeira é uma árvore típica do Japão, sendo considerada sagrada, e alvo de muitas homenagens quando florescem.
          Para tornar mais típico o momento, apreciem as histórias, que vieram de tão longe. eis uma delas:

                                              O COELHO DA LUA

 Certa vez, o Velho da Lua olhou para a Terra e viu uma grande floresta. em uma clareira da floresta ele viu uma fogueira, com três animais ao redor dela: o macaco, a raposa e o coelho. Eles conversavam muito animados e o Velho da Lua resolveu descer para ouvir a conversa. Mas ele queria saber, também se eles eram bondosos. Então, ele disfarçou-se de um pobre pedinte, com roupas esfarrapadas e sujas. Desceu da Lua e aproximou-se dos três animais, suplicando por comida, pois há muitos dias não comia nada.
           Os três amigos ficaram penalizados ao ver a situação do mendigo e foram procurar comida para ele.
            A raposa pescou um grande peixe, o macaco trouxe muitas frutas, mas o coelho não conseguiu encontrar nada. Ele ficou muito triste por isso. Teve, então uma ideia e, dirigindo-se ao macaco e à raposa, pediu que eles trouxessem mais lenha para a fogueira.
            A fogueira ficou bem grande, com altas labaredas. O coelho, então, disse ao mendigo:
            _ Não consegui nada para matar a sua fome, mas posso jogar no fogo e, quando estiver bem assado, eu poderei alimentá-lo.
            Mas, nesse momento, o mendigo voltou a ser o Velho da Lua, segurou o coelho e disse:
            _Como você é bondoso! Mas não podemos, nunca, fazer algo que cause mal a nós mesmos. Pela sua bondade e generosidade gostaria de levá-lo para morar comigo lá na Lua, que é a minha casa. Vamos?
            O coelho aceitou, e o Velho da Lua o carregou em seus braços, pelo céu.
             Podemos até vê-los na Lua, quando ela brilha firmemente no céu, nas noites de lua cheia. Lá eles vivem muito felizes e em harmonia.