ALERTA CONTRA A PREGUIÇA
Era uma vez uma navalha, ótima por sinal, que trabalhava e morava em uma barbearia. Cansada de ficar sozinha aos domingos, enquanto seu dono descansava, resolveu dar uma voltinha na cidade, e respirar o ar fresco da manhã, naquele lindo dia de primavera.
Em dado momento, o sol refletiu-se na lâmina. A navalha ficou encantada e surpresa com aquele brilho tão intenso e, com orgulho exagerado disse a si mesma:
_Não posso voltar para a barbearia, de onde fugi! Certamente que a minha beleza é abençoada pelos deuses e não podem permitir tanta desonra, cortando as barbas dos fregueses que por lá aparecem, todos os dias, repetindo o serviço sem cessar, de forma tão inglória. Ah! não volto mesmo! Vou esconder-me para que ninguém me encontre, nunca mais. Vou passar todos os dias de minha vida em paz!
A navalha encontrou o esconderijo perfeito em um quartinho de uma casa da vila, onde nunca foi encontrada.
Meses se passaram, até que certo dia, a navalha sentiu vontade de rever a luz do dia e respirar ar fresco. Saiu devagarinho de seu esconderijo, olhando para todos os lados, cuidando para que não fosse vista.
Olhou, então, para si mesma pensando em ver o brilho de sua lâmina sob a luz do sol. Mas, para sua decepção, ela estava toda enferrujada e não brilhava mais. Ela entendeu que tudo estava perdido; ela só brilhava antes, porque cortava as barbas ensaboadas, e seu dono a afiava todos os dias.
Assim como aconteceu com a navalha, pessoas que preferem ser preguiçosas e não usam seus talentos, também ficam enferrujadas e corroídas pela ignorância.
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Dizem que foi Leonardo da Vinci o autor deste texto, homem que dedicou sua vida ao trabalho infatigável, merecendo o respeito de toda a humanidade.
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