16 novembro 2014

QUALQUER SEMELHANÇA...



                                             QUALQUER SEMELHANÇA...

             A propósito de contos folclóricos, observem a semelhança entre o conto postado há alguns dias e este verdadeiro, acontecido há alguns anos aqui em Garça.
             Era uma sexta-feira e alguns rapazes estavam reunidos na praça da matriz, conversando animadamente. Naquela noite já tinham ido ao cinema, namorado e tomado alguma bebida no bar defronte à praça. Era noite de lua nova e um dos rapazes propôs fazerem uma visita ao cemitério da cidade, distante uns dois quilômetros do centro. O caminho até lá não era como hoje, todo asfaltado e iluminado. Mas, na falta do que fazer, lá se foram eles. Cinco rapazes, sendo um deles o narrador desta história.
             Caminharam sobre os trilhos da ferrovia que cortava a cidade, passaram pela zona de meretrício, rindo alegremente, até chegarem nas proximidades do cemitério, mais ou menos a uns cinquenta metros de distância do portão de entrada. Era meia-noite. Pararam ali e ficaram imaginando o que fariam.
             Surgiu a ideia de uma aposta: teriam que ir andando calmamente até o portão, dar uma batida com as mãos e voltar devagar. Quem não conseguisse pagaria uma rodada de bebidas na volta à cidade.
             Tudo combinado, sortearam o primeiro corajoso. Lá se foi ele, andando naquela escuridão, na rua poeirenta e, com certeza, amedrontado.
             Chegou ao portão, levantou as mãos e bateu fortemente... Mas nesse instante, um grande estrondo se ouviu, parecendo uma explosão, e o céu se iluminou como se fosse dia. Mais estrondos se sucederam e tudo ficou mais claro ainda. Foi uma cena de arrepiar!
             O rapaz que batera no portão correu loucamente pela rua deserta, juntamente com os outros amigos, que não quiseram mais disputar mais nada naquela noite, indo cada um para sua casa. Entenderam que havia sido um castigo pelo atrevimento.
             No dia seguinte, o narrador desta história, ficou sabendo que acontecera um curto circuito numa indústria de farinha de mandioca que ficava atrás do cemitério, danificando um transformador que explodira violentamente, a meia-noite e dez.
             Exatamente no momento da batida do portão feita pelo primeiro rapaz!
             

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