18 dezembro 2014

INDICAÇÃO DE LEITURA- BALTASAR


    BALTASAR-  INDICAÇÃO DE LEITURA


            Mais uma colaboração de Veridiana Sganzela Santos, que vem deixar nosso blog muito mais interessante. Veridiana é jornalista e escreve no Jornal comarca de Garça, todas as semanas. Ela é garcense e membro da Associação dos Poetas e Escritores Garcenses (APEG). o Grupo Pirlimpimpim contadores de Histórias solicitou e ela, gentilmente consentiu que seus textos fossem publicados em nosso blog.  Agradecemos muitíssimo, Veridiana e desejamos sucesso em sua vida profissional no novo ano que se aproxima, com a velocidade de um cometa. 

 “O mal é necessário. Da mesma forma que o bem, tem a sua nascente profunda na natureza, e um não poderia exaurir-se sem o outro” - Jacques Anatole François Thibault (1844 – 1924)

Redenção. Pensar nas faltas, aprender com elas e redimir-se. Uma das “metas” do final de cada ano que quase todos têm, especialmente nesta época. Mas independente de quando, é sempre hora de buscar o tal burilamento. Assim foi com Baltasar, um dos três reis magos, dos quais pouco registro temos. Conta a lenda que eles eram quatro, um acabou por perder-se. Enfim, a História pouco nos conta sobre eles antes e depois da visita ao bebê Jesus. Porém, o escritor Anatole France nos faz imaginar como teria sido suas vidas, especialmente a de Baltasar, que ele nos conta.

Diz que Baltasar, um belo e justo rei da Etiópia, enamorou-se pela rainha de Sabá, Balkis. Quando foi vê-la, acompanhado de seu mago Sembobitis e do eunuco Menkera, ele ficou quase mudo diante da beleza da rainha. “Acautalai-vos, senhor. Dizem que ela emprega a magia para se fazer amada pelos homens”, alertou o eunuco. Flertando com o rei, Balkis ceou com ele, lhe deu vinho de palmeira e confessou-lhe o que mais queria na vida: sentir medo. Vivendo cercada de proteção, não conhecia tal emoção humana. Assim, Baltasar, para fazer a vontade da amada, topou sair com ela pela cidade, vestidos como pobres. Entraram num “pé sujo”, onde comeram sem pagar e quase foram mortos numa briga de bêbados. Fugindo, acabaram capturados por saqueadores que iam vendê-los como escravos. E Balkis parecia muito satisfeita.


Durante uma tentativa de fuga, Baltasar levou uma facada e caiu quase morto. Foi quando o rei de Comagena apareceu para salva-los. Quinze dias depois, Baltasar acordou de seus delírios e, ainda hospedado no palácio, quis ver Balkis, que lhe tratou com frieza, mesmo depois de ter dito que o amava: “Não vos fez bem o vinho de palmeira. Estivestes sonhando, por certo”, disse. Sentido-se humilhado, Baltasar voltou à sua terra, e lá pediu a Sembobitis que lhe ensinasse todas as ciências, a fim de esquecer Balkis. Aprendeu especialmente astronomia, e disse ter achado uma estrela muito brilhante. Sabendo disso, Balkis, de orgulho ferido, foi ter com o rei, que curando-se dessa paixão ruim, ouviu o chamado da estrela: “Glória a Deus nos céus e paz na terra aos homens de boa vontade. Apanha uma medida de mirra, bom rei Baltasar, e segue-me. Eu te conduzirei aos pés do menino que acaba de nascer num estábulo, entre o asno e o boi. Esse menino é o rei dos reis. Ele consolará os que querem ser consolados (...) Ele te dirá: sê pobre com júbilo, essa é a verdadeira riqueza. Ele te dirá ainda: a verdadeira alegria está na renúncia à alegria. Ama
-me e não ames as criaturas senão em mim, porque somente eu sou o amor”.


                

E assim fez Baltasar. Seguindo a estrela, encontrou outros reis que lhe disseram: “Chamo-me Gaspar e vou levar ouro como presente ao menino”, “Chamo-me Melquior, e vou levar incenso à divina criança”. Baltasar respondeu que havia sido chamado porque conseguiu vencer sua luxúria. Gaspar disse ter vencido sua crueldade e Melquior, seu orgulho. Assim, redimidos, foram convidados a conhecer o menino-deus. Uma bela história com uma bela mensagem. Cada um de nós pode conhecê-Lo, mesmo carregados de pecados. Pois é Ele quem nos ensinará a verdadeira remissão.  

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