28 outubro 2014
O CAIXÃO DE DEFUNTO
MAIS UMA LEMBRANÇA: O CAIXÃO DE DEFUNTO
Em 2008 o Grupo Pirlimpimpim desenvolveu um curso de formação de contadores de histórias, numa cidade vizinha, mais exatamente, em Gália. Cidade simpática e de povo amigável!
Foram seis sábados, num curso de trinta horas. O grupo ia todo junto, numa perua Kombi. Naquela época os contadores eram: Lúcia Helena, Moni, Nancy, Maria Helena, Marisa, Rosane, Vera Lúcia e Cláudio.
A lotação completada partia bem cedo de Garça; num destes sábados, passando sobre uma ponte, quase chegando em Gália, alguém notou que na margem do rio, havia uma urna funerária abandonada. Sim, um caixão de defunto!
Mas como resolver esse mistério?
Começaram as opiniões de possibilidades para o fato: o furto de um cadáver? Um caixão vazio que caiu do caminhão de transporte? Cada um deu sua opinião.
No curso daquele dia, a tarefa para os participantes foi inventar uma boa história sobre o acontecido. Foram diversas histórias- macabras, hilariantes, sérias, sensacionalistas...
Dias depois, a verdade: uma inundação numa fábrica de urnas funerárias levou várias delas na fúria das águas, que foram deixar aquela logo abaixo da ponte, a quilômetros de distância da origem.
Mas a imaginação viajou livremente, mostrando que toda história tem um ponto de vista.
25 outubro 2014
LEMBRANÇAS
LEMBRANÇAS :
Uma foto pode trazer lembranças diversas para nós. Podem ser alegres ou tristes, mas sempre afloram em nossas mentes. Essa nova foto do grupo trouxe uma lembrança engraçada:
Em novembro de 2012, Marisa, Andréa e Maria Helena foram a São Paulo, participar de uma oficina de leitura, na Biblioteca de São Paulo, onde Rosane estava como diretora. Elas foram de ônibus, numa viagem de quase seis horas, durante a noite, chegando em São Paulo às cinco horas. Desceram do ônibus e andaram rapidamente em direção à estação do Metrô. Imaginem três interioranas, tentando acompanhar o movimento na rodoviária e entrando no trem, ainda na madrugada, mas já no intenso corre-corre da capital.
Conseguiram entrar num dos vagões, já apinhados de passageiros, sem nenhum assento vago, carregando suas maletas e bolsas a tiracolo e ainda sonolentas da viagem. Ficaram no final do carro, em pé, com as malas no chão, segurando firmemente as alças de apoio do trem, que vai de estação em estação, velozmente. Numa das paradas, Marisa desequilibrou-se e, lentamente, caiu sobre uma mala de outra moça que estava sentada e, como um dominó, Maria Helena desabou também, tendo sido socorridas por Andréa e outros passageiros próximos, numa cena hilariante, para quem estava ali perto.
Assim as contadoras de histórias conseguiram alegrar uma parte da manhã, de muitos passageiros daquele trem, e ainda conseguiram os assentos reservados aos idosos, que estavam ocupados por outros não tão idosos!
24 outubro 2014
GRUPO PIRLIMPIMPIM-2014
Em pé, da esquerda para a direita : Nancy Guanaes Bonini, Rosane Fagotti Voss, Andréa Delicato. Sentadas,: Marisa dos Reis Pires, Maria Helena Travassos Delicato e Vera Lúcia Guanaes Bonini. Time das voluntárias da Hora do Conto, na Biblioteca Municipal de Garça.
18 outubro 2014
SABEDORIA CAIPIRA
SABEDORIA CAIPIRA
Um caipira ia calmamente montado em seu pangaré, por uma estradinha poeirenta do interior, quando escuta um ronco poderoso. Era um carro dos mais modernos e lindos. O motorista parou o carro ao lado do caipira e lhe perguntou:
_ Meu amigo, quanto tempo se leva para chegar no vilarejo?
_Óia moço, mai o meno dua zora.
Mas o motorista dá uma gargalhada e zomba do caipira:
_Só se for no seu pangaré, caipira. Meu carrão chega lá num instante. Ele tem mais de quarenta cavalos! E você só tem um cavalo. Ah ah ah ah...
E o carrão lá se foi para o vilarejo, numa louca disparada, levantando aquele poeirão, deixando o caipira para trás, trotando lentamente.
Mas, numa curva da estrada, o carrão derrapou na areia, saiu da estrada e caiu do barranco, indo parar dentro de um riacho. Não podendo sair sozinho de lá, o motorista subiu o barranco, desanimado, sentou-se na beira da estrada e ficou à espera de alguma ajuda.
Horas depois, trotando lentamente, apareceu o caipira no seu pangaré. Viu o moço, viu o carrão no riacho, desceu do cavalo e perguntou, todo interessado:
_Ô moço, tá dando água prá sua tropa? ***********************
15 outubro 2014
AOS MESTRES, COM CARINHO!
AOS MESTRES, COM CARINHO!
Não poderíamos deixar de prestar uma pequena homenagem aos professores, neste dia a eles dedicado.
Sem eles, dificilmente alguém consegue sair das trevas da ignorância,
Consideramos nossos pais, nossos primeiros mestres, porém a imagem do professor é aquela numa sala de aula, com os alunos sentados nas carteiras, atentos (ou não), uma lousa escrita, a mesa, livros, uma fruta presenteada, ou uma flor.
Um professor será sempre lembrado pelas suas atitudes em sala de aula, suas conversas e conselhos, seu modo de ensinar e até pelo seu sorriso.
Essa é a lembrança dos primeiros anos na escola, mas professor é todo aquele, que em qualquer momento, ou lugar, transmite seu conhecimento, que não pode ser guardado com egoismo.
Deus os abençoe, professores de hoje, de ontem e de amanhã!
14 outubro 2014
O HOMEM QUE ESPALHOU O DESERTO-indicação de leitura
VERIDIANA COLABORA COM O NOSSO BLOG:
O homem que espalhou o deserto
Não
faz muito tempo, uma questão de semanas, minha mãe me pediu para que eu tirasse
uma foto de duas plantas, não muito longe de casa. “Tire antes que alguém vá lá
e corte”. Acho que a frase soaria exagerada para alguém de fora, mas para mim
não soou estranho e sim quase profético.
É
que já me habituei a ver gente tendo prazer em eliminar plantas e animais – o
que é terrível, pois isso não deveria ser algo com que se deva habituar-se, mas
nesse planetinha quase nada mais me impressiona.
O
motivo da foto era o modo curioso, e até terno, de como as plantas nasceram. Um
coqueiro e um chorão, grudados, num espaço mínimo numa calçada. Naquela
circunstância, pareciam gêmeas. Ganharam até um poema.
E
ainda bem que deu tempo, já que dias depois o chorão havia sumido. O
coqueirinho ficou órfão de irmão. Alguém deve ter se incomodado com o
atrevimento do chorão, que pendia um pouco para a rua, e que por tamanha
afronta, mereceu virar um toquinho.
A
rua “invadida” por suas ramas verdes não é nenhuma Avenida Paulista; tenho
certeza que até aquele dia a planta não havia irritado ninguém e nem causado
acidentes. Passo há tempos por ali e nunca soube de reclamação alguma. Os
passarinhos que pousavam ali é que deviam se queixar do poleiro que perderam.
Curioso é que só depois da publicação do poema que o chorão foi cortado.
Ainda
pensando nisso, ontem descobri (e, novamente: não creio em coincidências) esse
conto de Ignácio de Loyola Brandão, sobre um sujeito cujo sentido da vida era
cortar plantas. Começou de menininho, desfolhando com sua tesourinha, as
árvores do quintal. Mangueiras, abacateiros, ameixeiras, pessegueiros,
jabuticabeiras: o menino não queria saber de escola, de amigos, de namoradas,
de cinema. Só queria cortar as plantas. E tinha total apoio da mãe, que
preferia vê-lo em casa do que por aí, andando com más companhias!
As
árvores eram grandes e ele pequeno, então o trabalho não rendia muito. Mas
conforme o menino foi crescendo as árvores começaram a ficar em desvantagem. As
plantas de seu quintal já não bastavam. Saiu cortando as plantas do resto da
cidade – e as pessoas até que gostavam, pois aproveitavam a lenha que ele
deixava para trás.
Ele
foi trocando as tesouras por machados, depois por tratores e depois por
máquinas ainda maiores. Virou um grande empresário no ramo do desmatamento. Só
sentia-se aliviado quando via a terra calcinada. Os pássaros já haviam sumido
faz tempo, pois seus ninhos também eram destruídos. E o país virou um deserto.
E depois, o que acontece?
O
“depois” também dá para acompanhar na vida real. Eu acompanhei um caso muito
parecido de perto, um caso de quintal devastado e de uma jabuticabeira (de
valor sentimental incalculável) serrada sem razão.
Plantas, animais,
poemas... Por que será que incomodam tanto? Eu disse que quase nada mais me
impressiona, mas ainda fico tentando entender por que é que a essas alturas há
quem sinta esse prazer sádico em sair tesourando plantas, chamando flores de
lixo (sim, isso também já vi), chutando animais...
Não
gostar disso ou daquilo é um direito de qualquer um, só que o mundo não precisa
de quem o devaste. Espalhadores de desertos, guardem sua secura para si mesmos.
Veridiana Sganzela Santos é jornalista e escreve suas crônicas no jornal Comarca de Garça, toda quinta-feira. É nossa colaboradora, dando suas indicações de leitura.
O hábito de ler é,comprovadamente, muito saudável!
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11 outubro 2014
UMA HISTÓRIA DE NASRUDIN
UMA HISTÓRIA DE NASRUDIN
Acredita-se que Nasrudin foi um filósofo e sábio populista, lembrado por suas histórias engraçadas. Ele viveu e morreu durante o século XIII, na atual Turquia. Aparece em milhares de histórias, onde às vezes é espirituoso, em outras é sábio, tolo ou o alvo de piadas. O humor sutil e natureza pedagógica são comuns em suas histórias. Conheçam uma delas:
PEQUENO DETALHE
Um rei tirânico, já maltratado pela idade, estava, certo dia, com mais mal humor do que de costume. Exigia que alguém fizesse ou dissesse qualquer coisa para entretê-lo, sob pena de castigar a todos os que viviam no palácio. O pavor apoderou-se de todas as pessoas que ali estavam, menos de Nasrudin, que imediatamente deu um passo à frente e disse:
_Majestade, não precisa cortar a cabeça de ninguém. Eu farei algo que o deixará surpreso.
_E o que você fará?
_Bem, eu posso ensinar um burro a ler e escrever!
_Pois faça isso, ou eu o esfolarei vivo.
_ Posso fazê-lo, mas com uma condição: isso me tomará dez anos.
_Muito bem, estou curioso e lhe concedo os dez anos.
O tirano retirou-se para os seus aposentos e, Nasrudin viu-se cercado por todos da corte, espantados com a proposta.
_É verdade mulá, que você pode ensinar um burro a ler e escrever?
_Não, respondeu Nasrudin.
_Pois então, como você poderá viver esse próximos dez anos, com a possibilidade de ser esfolado vivo? Que loucura! Você não terá paz, apenas tensão e ansiedade.
_Meus amigos, vocês estão esquecendo um pequeno detalhe, mas de muita importância- disse o mulá. Eu tenho oitenta anos. O rei tem setenta e cinco. Nesses dez anos tudo pode acontecer: o rei pode morrer, eu posso morrer ou outros fatos entrarão na história. Portanto, não nos afobemos com o futuro.
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