31 agosto 2014
RELEMBRANDO...
RELEMBRANDO O MÊS DE AGOSTO
Nunca é demais falar de boas lembranças. No mês que passou recebemos na nossa sala de contos, na Biblioteca Municipal, crianças e professores da Creche dona Maria Leonor, Emei Cláudia Aronne, Emef. Prof. Orane Avelino de Souza, Emef Prof. Nelly Carbonieri de Andrade, pacientes do CAPS (centro de apoio psico-social), além de duas apresentações da Viagem Literária, no saguão da Biblioteca, com a participação de 400 crianças da rede pública, numa maravilhosa e animada contação de histórias.
Não podemos nos esquecer da Noite de Contos, em comemoração do 18º aniversário do Grupo Pirlimpimpim Contadores de Histórias.
Para encerrar o mês, lá vem história para vocês!
No cinema da cidade estava em cartaz, um famoso filme: Romeu e Julieta. Uma senhora chegou até a bilheteria e pediu:
_Quero dois ingressos.
O bilheteiro, muito distraído, perguntou:
_Para Romeu e Julieta?
_Não, para mim e para o meu marido!
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Bem, pode rir, se quiser!
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O SUAVE AROMA DO CAMPO
Certa vez, um discípulo perguntou ao mestre:
_Mestre, qual é o significado do ZEN?
O mestre, calmamente respondeu:
_ O ZEN não esconde nada de você.
_Não estou entendendo, mestre.
O mestre tomou o discípulo pela mão e seguiu caminhando para o campo, e perguntou:
_Sente o aroma suave do campo?
_Sim!
Então o mestre completou:
_Aproveite este momento, todos os detalhes, não deixe escapar nada. Todas as tardes são de primavera e todos os dias são bons.
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Quando contamos histórias, muitas vezes nos deparamos com textos que nos pedem reflexão, como esse acima. Às vezes, não chegamos a uma conclusão.
28 agosto 2014
MAIS UMA FÁBULA
MAIS UMA FÁBULA, porque elas são realmente encantadoras e nos fazem refletir situações da vida.
O gato e a raposa
Um gato e uma raposa conversavam sobre as dificuldades de viverem em paz, num mundo cheio de perigos, com criaturas sempre em disputas e guerras, matando e morrendo.
A raposa, muito presunçosa, disse:
_Eu não me incomodo muito, não, porque tenho mais de cem truques para fugir de meus inimigos, antes que eles possam me atingir, por mais difícil que seja a situação.
_ Você é um animal de sorte! Eu, um simples gato, tenho apenas um meio de escapar de um inimigo, caso ele ataque. É meu meio seguro de fugir, e se ele falhar, estarei perdido.
_ Pobre gato! Nestes tempos difíceis, se eu puder perceber quem é inimigo, posso lhe ensinar alguns de meus truques.
De repente, surgindo de entre as árvores, apareceram dezenas de cães ferozes, latindo furiosamente, perseguindo o gato e a raposa, que correram o mais rápido possível, para salvar a própria pele.
O gato valeu-se de seu único truque, e subiu, desesperado numa árvore do caminho. Na segurança dos galhos mais altos assistiu à desgraça da raposa presunçosa.
Ela, incapaz de decidir qual truque seria mais conveniente, entre as dezenas que sabia para fugir, foi rapidamente alcançada pelos cães, e estraçalhada por eles.
Moral da história: O ORGULHO PRECEDE A QUEDA.
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Nossa recomendação: quando contamos uma história não costumamos enunciar a moral da mesma, deixando que os ouvintes cheguem à conclusão da mesma.
26 agosto 2014
O TOURO E O MOSQUITO
O TOURO E O MOSQUITO-
Esopo
Um touro pastava calmamente, quando um mosquito passou a zumbir em torno de sua cabeça.
Depois de muito esvoaçar e se agitar, o inseto resolveu pousar num dos chifres do touro.
Certo que poderia estar incomodando o touro, o mosquito perguntou-lhe:
_O meu peso o incomoda? Caso isso aconteça avise-me que eu saio imediatamente!
Mas o touro respondeu:
_Ora, não fique preocupado! Nem percebi que você estava aí. Se você ficar ou partir, para mim é a mesma coisa.
E o touro continuou pastando...
Moral da história: quanto menor a mente, maior a presunção.
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25 agosto 2014
HUMILDADE
Mais um texto de nossa colaboradora Veridiana, desta vez homenageando a grande poetisa cora Coralina:
Humildade
(pelos
125 anos de nascimento de Cora Coralina)
Acho
que já devo ter mencionado algumas vezes aqui, que sinto inveja de alguns
escritores, pela sua liberdade de falar o que pensam, sem muitos pudores,
arcando com as consequências com elegância e bom humor. Invejo Drummond,
Machado, Millôr, Mário Prata, Quintana, Mark Twain, e mais recentemente passei
a invejar Cora Coralina. Invejar e ao mesmo tempo nutrir uma certa esperança
quanto à minha existência (literária ou não). Acho que os escritores - amadores
ou profissionais - de hoje, preocupam-se em ascender rápido, serem best-sellers
antes dos 40 anos. Por que a pressa, se a sabedoria só vem mesmo com o tempo?
E Cora
Coralina é uma prova disso, tendo publicado seu primeiro livro, quando já tinha
seus 76 outonos. Levou a vida de modo agreste, mas doce ao mesmo tempo. É a tal
sabedoria que tanto invejo. Muitos de nós estudamos em boas universidades,
frequentamos aulas de inglês, sabemos lidar com informática, viajamos, mas o
saber da vida mesmo, esse não vem junto com todos os outros bens.
Imaginem
uma mulher simples, que viveu distante das grandes cidades, doceira, ignorante
sobre as modernidades e as regras gramaticais. Mas ela via beleza na modéstia,
nas pedras das antigas ruelas de Goiás, na batalha pela vida depois que
enviuvou e migrou de cidade em cidade, no interior paulista: Penápolis,
Andradina, Garça... E foi transformando-se e perdendo cada vez mais o medo da
vida. Essa mesma mulher simplória, que passaria despercebida pela gente na rua,
é uma poetisa única que deixou lições de vida, como a humildade. Bem, o
exercício da humildade é algo meio sacrificante, em tempos em que nomes,
títulos, cargos e fama (instantânea) são a ordem do dia. Mas ela garante que
essa era a fórmula do bem viver. Escolhi o poema Humildade para (tentar)
resumir essa bênção em nossa literatura.
"Senhor, fazei com que eu aceite minha
pobreza tal como sempre foi / Que não sinta o que não tenho / Não lamente o que
podia ter e se perdeu por caminhos errados e nunca mais voltou. / Dai, Senhor,
que minha humildade seja como a chuva desejada caindo mansa, longa noite escura
numa terra sedenta e num telhado velho. / Que eu possa agradecer a Vós, minha
cama estreita, minhas coisinhas pobres, minha casa de chão, pedras e tábuas remontadas.
/ E ter sempre um feixe de lenha debaixo do meu fogão de taipa, e acender, eu
mesma, o fogo alegre da minha casa na manhã de um novo dia que começa."
Essa
espécie de oração, quase franciscana, é praticamente um tapa na cara de todos
nós, modernos, vaidosos e com medo de envelhecer. Quando na verdade, o medo que
devemos ter é o de permanecermos para sempre jovens. Por que a juventude é como
um belo doce de vitrine: atraente, mas quase sem gosto, aquele gostinho que
desperta sensações. Que o diga a doce Cora.
"Procuro
semear otimismo e plantar sementes de paz e justiça. Digo o que penso, com
esperança. Penso no que faço, com fé. Faço o que devo fazer, com amor. Eu me
esforço para ser cada dia melhor, pois bondade também se aprende" - Ana
Lins dos Guimarães Peixoto Bretas / Cora Coralina (1889 – 1985)
21 de agosto de 2014
Veridiana Sganzela
Santos, jornalista, estudante de Letras e membro da Apeg (Associação de Poetas
e Escritores de Garça)
24 agosto 2014
VOLTANDO ÀS FÁBULAS DE ESOPO
VOLTANDO ÀS FÁBULAS DE ESOPO
O que é bom deve ser repassado indefinidamente.
O MORCEGO
Certa vez, houve uma guera entre aves e animais do solo. O morcego decidiu-se a ficar neutro; sua intenção era permanecer em segurança, para não ser molestado por ninguém.
O combate começou e o morcego viu que as aves estavam ganhando. Assim aliou-se a elas, mas um pouco afastado, esperando o resultado. Mas logo os animais do solo passaram a ganhar. O morcego mudou de lado, convencendo o novos ganhadores que ele era um autêntico colega, pois tinha pelos e dentes, apesar de ter asas. Os animais o aceitaram.
Porém, não passou-se muito tempo e as aves derrotaram os animais.
O morcego refugiou-se num canto para salvar a vida, pois traíra as aves quando foi lutar com os animais, e agora estava com vergonha. Fugiu e foi viver sozinho.
É por isso que até hoje o morcego fica escondido em cavernas, buracos, troncos de árvores, com medo de aparecer e ser visto. Ele aproveita a escuridão da noite, pois as aves ficam recolhidas em seus ninhos, e sai para seus voos a procura de alimentos.
Moral da história: quem se põe dos dois lados, nunca sai vencedor!
O que é bom deve ser repassado indefinidamente.
O MORCEGO
Certa vez, houve uma guera entre aves e animais do solo. O morcego decidiu-se a ficar neutro; sua intenção era permanecer em segurança, para não ser molestado por ninguém.
O combate começou e o morcego viu que as aves estavam ganhando. Assim aliou-se a elas, mas um pouco afastado, esperando o resultado. Mas logo os animais do solo passaram a ganhar. O morcego mudou de lado, convencendo o novos ganhadores que ele era um autêntico colega, pois tinha pelos e dentes, apesar de ter asas. Os animais o aceitaram.
Porém, não passou-se muito tempo e as aves derrotaram os animais.
O morcego refugiou-se num canto para salvar a vida, pois traíra as aves quando foi lutar com os animais, e agora estava com vergonha. Fugiu e foi viver sozinho.
É por isso que até hoje o morcego fica escondido em cavernas, buracos, troncos de árvores, com medo de aparecer e ser visto. Ele aproveita a escuridão da noite, pois as aves ficam recolhidas em seus ninhos, e sai para seus voos a procura de alimentos.
Moral da história: quem se põe dos dois lados, nunca sai vencedor!
23 agosto 2014
Mais uma colaboração de Veridiana Sganzela Santos, jornalista de Garça, que escreve semanalmente um artigo no jornal Comarca de Garça.
Não deixe se levar pelas aparências. Quantas vezes já ouvimos esse conselho, e quantas vezes vimos gente julgando os outros pela casca? Pesquisas dizem que é fato: várias empresas contratam funcionários pela beleza e os bonitos têm salários mais altos. E muitas vezes o talento deixa a desejar.
A luneta mágica
Não deixe se levar pelas aparências. Quantas vezes já ouvimos esse conselho, e quantas vezes vimos gente julgando os outros pela casca? Pesquisas dizem que é fato: várias empresas contratam funcionários pela beleza e os bonitos têm salários mais altos. E muitas vezes o talento deixa a desejar.
Aquela frase de
Vinícius de Moraes que diz “as feias que me perdoem, mas beleza é fundamental”
sempre me irritou. Claro que sei apreciar a beleza. A beleza de um animal, de
uma flor, de um quadro, de uma paisagem, de uma construção. Mas preterir
pessoas a outras só pela beleza me soa um tanto injusto. Sempre brinquei
dizendo que prefiro ser feinha mesmo, mas ser inteligente, pois a beleza se vai
com o tempo, mas o conhecimento ninguém me tira. A, um dia, lindíssima Brigitte
Bardot, hoje defensora da causa dos animais diz algo parecido: “Eu dei minha
beleza e minha juventude aos homens. Agora dou minha sabedoria e minha
experiência aos animais”. E no fim, é isso o que nos resta.
O julgamento do
caráter ou do valor das pessoas baseado somente no exterior é uma prova de
imaturidade do ser humano. Mas e se tivéssemos a chance de conhecer o íntimo
dos outros só de olhar? Em A luneta mágica (história gentilmente recomendada
pelo amigo Benevides Cavalcante), Simplício sofria de miopia – física e moral.
A duas polegadas não sabia diferenciar uma violeta de um girassol. E era muito
ingênuo e manipulável. Ele vivia com o irmão Américo, que tomava conta de seu
dinheiro, a tia carola Domingas e a prima Anica. Cansado da miopia, ele, por
intermédio de um amigo, conhece um misterioso armênio, que, através de um
ritual, lhe confecciona uma lente especial: se fixada numa pessoa ou coisa por
mais de 3 minutos, Simplício teria a visão do mal (maldição da salamandra presa
no vidro). Se ficasse 13 minutos, teria a visão do futuro. O armênio recomenda
que ele não faça isso. Mas o míope, curioso, desobedece. Então vê na prima uma
moça fria e interesseira; no irmão um ambicioso enganador, e na tia uma
hipócrita invejosa e sovina. Até no sol ele vê desgraça, até nos beija-flores
do jardim ele enxerga maldade. Horrorizado e paranoico, quebra a lente. Mas o
armênio lhe faz outra, com a qual ele teria a visão do bem.
Vendo somente a bondade nas pessoas, ele é feito de bobo por todos. Esmeralda,
uma prostituta que ele vê como uma coitada, lhe pede presentes. Os conhecidos
vêm pedir dinheiro fingindo dificuldades e riem pelas suas costas. Simplício se
apaixona por todas as moças, pois todas lhe parecem virtuosas. Um dia, olha um
cortejo, e vê também na morte um lado muito bom. E deseja morrer. Quando ia se
jogar de um precipício, o armênio lhe salva e lhe dá uma luneta. A luneta do
bom senso.
Ele nada revela
sobre suas visões. Mas agora se dizia feliz e nunca mais ia se separar desta
luneta. O livro, publicado em 1869, é uma divertida crítica à sociedade
brasileira do final do Segundo Império – quando títulos de nobreza, cargos,
dinheiro e brasão já bastavam para definir o valor de alguém. Talvez, de algum
lugar, Manuel Joaquim de Macedo olhe pra nós e note que esse hábito ainda
existe no Brasil.
Só que ninguém
precisa de uma lente especial para perceber que nem todos são maus ou bons ao
extremo. Todos temos o bem e o mal dentro de nós – uns mais, outros menos... O
que parece faltar mesmo é a luneta do bom senso. Ninguém precisa desnudar sua
alma diante das pessoas, basta dar o melhor de si, mesmo míope. É o fazer o bem
sem enxergar a quem.
“É
imoral e deforme; porque é imoral e deforme toda a sociedade, toda a nação,
todo o império que conserva e mantém em seu seio a escravidão” - Joaquim Manuel
de Macedo (1820 – 1882)
Veridiana Sganzela Santos,
jornalista, estudante de Letras e membro da Apeg (Associação de Poetas e
Escritores de Garça)
5 de maio de 2013
22 agosto 2014
FÁBULAS.
FÁBULAS
Para nós que contamos histórias, as fábulas tem um encanto especial. Nas fábulas os animais falam, cometem erros, são sábios ou tolos, maus ou bons, exatamente como são os homens, agindo para o bem ou para o mal. Esopo, foi um dos precursores das fábulas. Foi um escritor grego, que teria nascido no final do século VII A.C. A data e o local de seu nascimento são incertos. O certo é que Esopo morreu em Delfos, tendo sido executado injustamente. De acordo com historiadores, Esopo teria sido escravo de um cidadão de Samos, uma ilha grega.
A ele foi atribuído um conjunto de pequenas histórias, de caráter moral e alegórico, cujos papéis principais eram desenvolvidos por animais. Na Atenas do século V A.C., essas histórias eram conhecidas e apreciadas, ficando conhecidas como fábulas.
Suas criações serviram como base para escritores ao longo dos séculos, tais como Fedro, La Fontaine e, aqui no Brasil, para Monteiro Lobato.
Uma de suas fábulas chama-se:
A RAPOSA E AS UVAS
Era uma vez uma raposa que estava há muito tempo sem comer. Estava magra de tanta fome.
Depois de muito andar, já enfraquecida, chegou a um grande pomar. O que mais lhe chamou a atenção, foi uma parreira, de onde pendiam muitos cachos de uvas, grandes, maduros e prontos para comer.
Esfomeada como estava, ficou ali procurando uma forma de alcançar as frutas, que estavam num alto caramanchão, onde galhos e frutas se enroscavam. Olhava para cima e a fome a torturava mais ainda. Deu um salto, mas errou. Tornou a pular várias vezes, mas sem êxito. Ficou mais cansada ainda, sentindo dores pelo corpo, achando que iria desmaiar de fraqueza.
Depois de inúmeras tentativas, frustrada e zangada, a raposa olhou com desdém para a parreira e disse:
_Ora essas uvas não prestam! Estão verdes! Não quero mesmo comê-las!
E foi-se embora do pomar, mais esfomeada do que quando chegara.
Moral da história: quem desdenha, quer comprar!
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