19 abril 2014
Uma lenda brasileira
FOLCLORE BRASILEIRO- A MÃE D`ÁGUA
O folclore brasileiro é muito rico. As histórias correm pelo país, contadas pelo povo, que sempre encontram motivos para se encantar. Uma das histórias é da Mãe d`Água, ser mitológico, presente em várias culturas do mundo todo. Uma das versões, que existe no Espírito Santo, acontece assim:
Um pescador, que vivia nas vizinhanças do rio Guarapari, ganhava seu sustento com os peixes pescados nesse rio; ele era muito pobre, e todas as manhãs saia de sua choça, para a pesca diária; ele passava sempre pelo mesmo caminho, mas certo dia, resolveu mudar o itinerário. Para seu espanto, e encantamento, viu, sentada em uma grande pedra, na beira do rio, uma mulher, a mais linda que já vira. Ficou ali parado, extasiado com tanta beleza. Ele já ouvira várias vezes que, a Mãe d`Água morava por ali, naquele rio; imaginou, então, que era ela, ali sentada, tentando encantar os homens. Mas ele não se intimidou: chegou de mansinho, sem que ela o visse e agarrou-a pelos cabelos. Indefesa, a Mãe d`Água foi arrastada até a cabana do pescador, que lhe propôs casamento. Ela aceitou com a condição de nunca ouvi-lo criticar os seres do rio, parentes dela. Feito o acordo eles passaram a viver juntos.
O tempo passou, vieram os filhos e o pescador enriqueceu-se muito, pelos poderes dela. Ele adquiriu terras, construiu uma linda casa, tinha muitos empregados e dinheiro é que não lhe faltava.
Mas, certo dia, a mulher sentiu saudades do fundo do rio, e pediu que o pescador a deixasse ir embora; mas ele não consentiu. Ela, desgostosa da vida, abandonou os cuidados com a casa, com os empregados e com os filhos, que ficaram ao Deus dará, sem obedecer ninguém, fazendo artes, sem horário para comer e nem dormir. A casa ficou suja e desarrumada, pois os empregados deixaram de trabalhar; tudo era uma grande confusão.
O pescado, apesar de contrariado, nada falava, até que, sem querer ele murmurou:
_ Maldito povo do fundo do rio!
No mesmo instante, aconteceu uma grande explosão e, no meio da sala, abriu-se um grande buraco.
A Mãe d´ Água, enraivecida, começou a cantar uns versos:
essas pessoas não são daqui
são lá do rio Guarapari
esse dinheiro não é daqui
é lá do rio Guarapari
eu também não sou daqui
sou lá do rio Guarapari
Conforme a Mãe d´ Água cantava, as pessoas da casa, da fazenda, os filhos, os móveis , os objetos, o dinheiro iam para o imenso buraco e desapareciam, até que ela, também, desapareceu.
O pescador tudo olhava, horrorizado, mas nada podia fazer.
Ele ficou, pois não era do rio. Perdeu tudo e voltou a ser o que sempre fora: um pobre pescador, morando numa pobre choça!
ACABOU-SE A HISTÓRIA, MORREU A VITÓRIA; ENTROU POR UMA PORTA E SAIU PELA OUTRA.
QUEM QUISER, QUE CONTE OUTRA!
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