Olá amigos. Hoje veio uma vontade imensa de repassar-lhes uma história que havia lido certo dia, e que nos faz refletir. Chama-se:
O QUE HÁ DE MELHOR NESSA VIDA
Peroun, o grande Deus, estava certa vez, mergulhado em profunda reflexão sobre a felicidade da raça humana, quando deuses, deusas e fadas foram juntar-se a ele.
Peroun, então, disse ao deus do Amor:
_Seja o nosso juiz; o que há de melhor nessa vida?
_ Eu penso que é o amor, respondeu.
Mas a deusa da Beleza interrompeu e disse, enquanto alisava suas longas tranças:
_Ah, não! O melhor dessa vida é o charme, a graça!
Muitos outros deuses vieram dar suas opiniões e Peroun já tinha os olhos assombrados com tantas afirmações diferentes.
De repente, levantou sua cabeça branca e chamou a deusa da Morte, que até então, não se manifestara.
Ela se aproximou, bela e sombria, com seus véus negros , tecidos por muitas noites profundas, bordados com pérolas de muitas lágrimas e rubis de sangue:
_O que quer de mim?
_Escute, deusa da Morte, você que sabe destruir tudo o que minha sabedoria criou, exceto o que fiz de imortal, seja nossa juíza e nos diga: qual é a melhor coisa desta vida?
A deusa da Morte fixou com olhar penetrante, todos os deuses e deusas , com voz glacial, ordenou que passassem, um a um, na sua frente.
O deus do Amor veio primeiro, com passos um tanto hesitantes, e enquanto passava deixou cair de sua túnica, milhares de rosa perfumadas que cobriram a Terra.
Em seguida, veio a deusa da Sabedoria. Ela esmagou as rosas e, no lugar delas deixou caírem camélias frias e sem perfume.
Depois passou a deusa do Prazer semeando papoulas rubras. Depois veio a deusa da Tristeza, que , esmagando tudo que ali havia, fez cair flores de lis, azuis.
Mas a deusa dos Sonhos passou, destruiu as flores de lis azuis e, em seu lugar, deixou ciclames.
Muitos outros passaram, mas sempre esmagavam, o que ali se encontrava.
A deusa da Morte pediu que os deuses passassem ainda outra vez pelo mesmo caminho, ma seles repetiram a destruição do que o anterior deixara.
Nada mais restou naquela terra , a não ser uma florzinha cor de malva, com o miolo amarelo, que teimava em florescer intacta; uma pequena deusa, vestida com um longo manto lilás, plena de uma serenidade mística, a havia semeado no caminho dos outros deuses.
Diante dela, a deusa da Morte sentiu, pela primeira vez, sua impotência diante da criação de Peroun.
Ela voltou-se, então, para o grande Deus e disse:
_Não sei o que há de melhor nessa vida, mas sei o que há de mais forte: o que foi semeado pela deusa das RECORDAÇÕES.
Peroun, então, batizou essas flores com o nome de PERPÉTUAS.
E por isso se diz, que a morte só existe onde e quando não há MEMÓRIAS.
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