28 novembro 2014

FIM DE ANO



                           FIM DE ANO:  MISSÃO CUMPRIDA!





       Pirlimpimpim finaliza atividades de 2014 atendendo mais de 4,2 mil alunos

29/11/2014 -

                 O grupo Pirlimpimpim - Contadores de Histórias finalizou na última segunda-feira, 24 de novembro, as atividades referentes ao ano de 2014. E, mais uma vez, a temporada se mostrou muito produtiva. O grupo atendeu, ao todo, 4.282 alunos de escolas públicas e particulares, do ensino infantil e ensino fundamental (quinto e sexto anos). Além disso, os pacientes do Caps (Centro de Atenção Psicossocial) também foram contemplados com os espetáculos de contação de histórias do Pirlimpimpim.


Ao longo do ano, o grupo efetuou, semanalmente, quatro sessões de contos, sendo que essas atividades foram desenvolvidas na biblioteca de Centro Integrado de Educação. Em datas especiais, o Pirlimpimpim também apresentou espetáculos para o público adulto.

Recentemente, o grupo foi contemplado com o edital ProAc, número 29/2014, dentro do Concurso de Apoio a Projetos de Estímulo à Leitura em Bibliotecas Municipais no Estado de São Paulo. No âmbito do território paulista, apenas dez projetos que promovem esse estímulo à leitura foram escolhidos.

O Grupo Pirlimpimpim - Contadores de Histórias foi formado em agosto de 1996 e é composto atualmente por seis voluntárias que trabalham com o objetivo de manter, pela oralidade e pelos livros, a tradição de contar histórias do acervo cultural dos povos.

Além dos eventos para adultos, o grupo desenvolve sessões semanais de contação de histórias e familiarização com o ambiente de leitura e livros para crianças, no âmbito da biblioteca do Centro Integrado de Educação.


23 novembro 2014

A LUNETA MÁGICA



A luneta mágica

Não deixe se levar pelas aparências. Quantas vezes já ouvimos esse conselho, e quantas vezes vimos gente julgando os outros pela casca? Pesquisas dizem que é fato: várias empresas contratam funcionários pela beleza e os bonitos têm salários mais altos. E muitas vezes o talento deixa a desejar.
Aquela frase de Vinícius de Moraes que diz “as feias que me perdoem, mas beleza é fundamental” sempre me irritou. Claro que sei apreciar a beleza. A beleza de um animal, de uma flor, de um quadro, de uma paisagem, de uma construção. Mas preterir pessoas a outras só pela beleza me soa um tanto injusto. Sempre brinquei dizendo que prefiro ser feinha mesmo, mas ser inteligente, pois a beleza se vai com o tempo, mas o conhecimento ninguém me tira. A, um dia, lindíssima Brigitte Bardot, hoje defensora da causa dos animais diz algo parecido: “Eu dei minha beleza e minha juventude aos homens. Agora dou minha sabedoria e minha experiência aos animais”. E no fim, é isso o que nos resta.
O julgamento do caráter ou do valor das pessoas baseado somente no exterior é uma prova de imaturidade do ser humano. Mas e se tivéssemos a chance de conhecer o íntimo dos outros só de olhar? Em A luneta mágica (história gentilmente recomendada pelo amigo Benevides Cavalcante), Simplício sofria de miopia – física e moral. A duas polegadas não sabia diferenciar uma violeta de um girassol. E era muito ingênuo e manipulável. Ele vivia com o irmão Américo, que tomava conta de seu dinheiro, a tia carola Domingas e a prima Anica. Cansado da miopia, ele, por intermédio de um amigo, conhece um misterioso armênio, que, através de um ritual, lhe confecciona uma lente especial: se fixada numa pessoa ou coisa por mais de 3 minutos, Simplício teria a visão do mal (maldição da salamandra presa no vidro). Se ficasse 13 minutos, teria a visão do futuro. O armênio recomenda que ele não faça isso. Mas o míope, curioso, desobedece. Então vê na prima uma moça fria e interesseira; no irmão um ambicioso enganador, e na tia uma hipócrita invejosa e sovina. Até no sol ele vê desgraça, até nos beija-flores do jardim ele enxerga maldade. Horrorizado e paranóico, quebra a lente. Mas o armênio lhe faz outra, com a qual ele teria a visão do bem.
Vendo somente a bondade nas pessoas, ele é feito de bobo por todos. Esmeralda, uma prostituta que ele vê como uma coitada, lhe pede presentes. Os conhecidos vêm pedir dinheiro fingindo dificuldades e riem pelas suas costas. Simplício se apaixona por todas as moças, pois todas lhe parecem virtuosas. Um dia, olha um cortejo, e vê também na morte um lado muito bom. E deseja morrer. Quando ia se jogar de um precipício, o armênio lhe salva e lhe dá uma luneta. A luneta do bom senso.
Ele nada revela sobre suas visões. Mas agora se dizia feliz e nunca mais ia se separar desta luneta. O livro, publicado em 1869, é uma divertida crítica à sociedade brasileira do final do Segundo Império – quando títulos de nobreza, cargos, dinheiro e brasão já bastavam para definir o valor de alguém. Talvez, de algum lugar, Manuel Joaquim de Macedo olhe pra nós e note que esse hábito ainda existe no Brasil.
Só que ninguém precisa de uma lente especial para perceber que nem todos são maus ou bons ao extremo. Todos temos o bem e o mal dentro de nós – uns mais, outros menos... O que parece faltar mesmo é a luneta do bom senso. Ninguém precisa desnudar sua alma diante das pessoas, basta dar o melhor de si, mesmo míope. É o fazer o bem sem enxergar a quem.
“É imoral e deforme; porque é imoral e deforme toda a sociedade, toda a nação, todo o império que conserva e mantém em seu seio a escravidão” - Joaquim Manuel de Macedo (1820 – 1882)

Veridiana Sganzela Santos, jornalista, estudante de Letras e membro da Apeg (Associação de Poetas e Escritores de Garça)

5 de maio de 2013

16 novembro 2014

QUALQUER SEMELHANÇA...



                                             QUALQUER SEMELHANÇA...

             A propósito de contos folclóricos, observem a semelhança entre o conto postado há alguns dias e este verdadeiro, acontecido há alguns anos aqui em Garça.
             Era uma sexta-feira e alguns rapazes estavam reunidos na praça da matriz, conversando animadamente. Naquela noite já tinham ido ao cinema, namorado e tomado alguma bebida no bar defronte à praça. Era noite de lua nova e um dos rapazes propôs fazerem uma visita ao cemitério da cidade, distante uns dois quilômetros do centro. O caminho até lá não era como hoje, todo asfaltado e iluminado. Mas, na falta do que fazer, lá se foram eles. Cinco rapazes, sendo um deles o narrador desta história.
             Caminharam sobre os trilhos da ferrovia que cortava a cidade, passaram pela zona de meretrício, rindo alegremente, até chegarem nas proximidades do cemitério, mais ou menos a uns cinquenta metros de distância do portão de entrada. Era meia-noite. Pararam ali e ficaram imaginando o que fariam.
             Surgiu a ideia de uma aposta: teriam que ir andando calmamente até o portão, dar uma batida com as mãos e voltar devagar. Quem não conseguisse pagaria uma rodada de bebidas na volta à cidade.
             Tudo combinado, sortearam o primeiro corajoso. Lá se foi ele, andando naquela escuridão, na rua poeirenta e, com certeza, amedrontado.
             Chegou ao portão, levantou as mãos e bateu fortemente... Mas nesse instante, um grande estrondo se ouviu, parecendo uma explosão, e o céu se iluminou como se fosse dia. Mais estrondos se sucederam e tudo ficou mais claro ainda. Foi uma cena de arrepiar!
             O rapaz que batera no portão correu loucamente pela rua deserta, juntamente com os outros amigos, que não quiseram mais disputar mais nada naquela noite, indo cada um para sua casa. Entenderam que havia sido um castigo pelo atrevimento.
             No dia seguinte, o narrador desta história, ficou sabendo que acontecera um curto circuito numa indústria de farinha de mandioca que ficava atrás do cemitério, danificando um transformador que explodira violentamente, a meia-noite e dez.
             Exatamente no momento da batida do portão feita pelo primeiro rapaz!
             

12 novembro 2014

FOLCLORE BRASILEIRO


                                       FOLCLORE BRASILEIRO

             O nosso folclore é repleto de boas histórias. Elas são contadas e recontadas de geração para geração e, muitas vezes, podem ter algumas modificações, conforme a região de origem.
             Vejam só essa, que mostra o medo que as pessoas tem de ir ao cemitério, à noite.
              Certa noite de lua nova, dois garotos conversavam, sentados no banco da praça da cidadezinha. A conversa estava animada, e falavam de seus medos. O mais novo perguntou:
              _Zé, você acredita em fantasma?
              Zé riu e falou todo importante:
              _Claro que não, Beto.
              _ Mas eu acho que você tem medo sim, e quero fazer uma aposta. Vamos ao cemitério esta noite?
              _ Vamos e eu vou provar que sou corajoso! E vou saber se você é medroso!
              Os dois garotos andaram até o cemitério, que ficava numa rua bem isolada da cidade. O portão estava fechado. Estava muito escuro, pois ali não havia iluminação pública e nenhuma casa.
             Uma coruja piou, o vento soprou com mais força, fazendo soar barulhos que vinham do interior do cemitério. Zé e Beto apostaram que quem batesse a mão no portão ganharia um ingresso para o cinema. Beto correu e bateu a mão no portão, mas sentiu que algo o prendia e não podia voltar. Desesperado começou a pedir socorro, e em seguida desmaiou. Nesse instante, não se sabe de onde, apareceu um velhinho, bem magro, todo de branco que abriu o portão, soltando a manga da camisa de Beto. Explicou, então para Zé:
              _Coitadinho de seu amigo! Ele desmaiou de medo achando que algum fantasma o tivesse agarrado! Mas ele vai ficar bem. Já está despertando.
              _ Mas quem é o senhor?
              _Eu sou o médico daqui. Agora vocês devem voltar para casa, porque já é muito tarde. Boa noite. 
              Os garotos apressaram-se em voltar para suas casas e, na manhã seguinte foram procurar o velhinho para agradecer a ajuda,levando-lhe algumas mangas bem bonitas. Foi quando descobriram que não havia médico nenhum ali no cemitério e nem nas redondezas. 
              Os dois garotos entenderam que haviam visto um fantasma, e que ele os ajudara no perigo.
              
              

06 novembro 2014

VERIDIANA DÁ AS DICAS



                   VERIDIANA DÁ AS DICAS:

INDICAÇÃO DE LEITURA - Risadômetro - Veridiana Sganzela Santos

06/11/2014 -

Há alguns dias um amigo meu, de correspondência, o Juca Soares, me chamou a atenção para uma coisa: vivendo lá em São Paulo e lendo o Comarca pela internet, ele também acompanha esta coluninha e me disse que ultimamente tem reparado que meus textos andam meio “amargos”. É, eu também já havia notado, mas revisitando as quase 200 edições deste espaço, percebi o quão ranzinza tenho sido. O engraçado é que essa constatação se deu bem na semana em que se celebra o Dia Nacional do Riso. Descobri essa data por acaso (se é que acasos existem) e vi que os últimos textos são mesmo mais carregados.

Conforme expliquei ao Juca, talvez isso se dê porque eu ando mesmo mais “casmurra”. E isso acaba se refletindo na escolha dos textos indicados e nas crônicas que faço em cima deles. Mas nem tudo são trevas. Ao longo destas quase 200 colunas também falei sobre obras e escritores que me arrancaram boas risadas. Há pouco mais de 3 anos venho me divertindo ao escrever e indicar livros e textos como Brás, Bexiga e Barra Funda (de Antônio Alcântara Machado), As alegres matronas de Windsor e A megera domada (de William Shakespeare), O mundo acabou! (de Alberto Villas), A hora da estrela (de Clarice Lispector) – que diria é tragicômico -, O elogio da loucura (de Erasmo de Roterdã), poesias doces, leves e alegres de Mário Quintana, Manuel Bandeira e Carlos Drummond de Andrade, Cidades mortas (de Monteiro Lobato) – que tem lá sua pitada de melancolia, mas é o retrato sem par de nossas cidadezinhas do interior, e essa identificação nos faz rir - , A Mandrágora (de Maquiavel), O homem que sabia javanês (de Lima Barreto), Polítipo e O macaco azul (de Aluísio Azevedo), Um capricho (de Artur Azevedo), Garoto linha dura (de Stanislaw Ponte Preta), Diálogo da grandeza relativa (de José J. Veiga), Santinha (de J. Emílio Braz), Antena ligada (Lourenço Diaféria), Cem cruzeiros a mais (Fernando Sabino), O torcedor (Carlinhos Oliveira), Volta às aulas – um retorno cada vez mais caro (Carlos Eduardo Agostini de Novaes).

Se eu tivesse um “risadômetro”, poderia dizer que os campeões de risos foram o ácido Machado de Assis, com seu Alienista e tantas crônicas soltas; o exótico (e gateiro) Mark Twain, que em Dicas Úteis para uma Vida Fútil – um manual para a maldita raça humana me fez recordar as broncas engraçadas que meu avô Antônio distribuía entre os netos; o debochado Millôr Fernandes e sua Bíblia do Caos, de quem morri de inveja, e o interiorano Mário Prata, que desde os meus 14 anos me diverte e me incita a escrever (e lá se vão 21 anos).

Boas histórias e contos muito engraçados já passaram por aqui, e por isso torno a recomendá-los (quem perdeu ou não se lembra, pode procurar pois eles que valem a pena). Mas não é sempre que a gente está com espírito para rir. E por isso, por alguma razão, textos mais sisudos sempre aparecem, nos atraem, nos chamam. Quem gosta de ler e de escrever já deve ter sentido isso, esse magnetismo por textos tristes, sérios, pesados, tétricos até, dependendo do humor e da fase que se atravessa. E estou nesse período (fim de ano + verão = meu mau humor), mas só de relembrar esses textos tão leves e que me fizeram rir sozinha, vejo que até a tristeza pode ser driblada de vez em quando, através de uma música, de uma boa conversa, de um carinho em um animal, do sabor de um doce gostoso, de uma caminhada ou de um livro.

A Literatura, além de todo o conhecimento e engrandecimento que ela nos dá, ainda nos proporciona esses momentos de felicidade, pois como já dizia Machado de Assis, não existe a felicidade, mas momentos felizes. E aí descubro que hoje é o Dia Nacional do Riso. E foram tantos os textos que me deram esses momentos felizes que não me atrevo a recomendar apenas um. Seria injusto com os tantos autores, vivos ou idos, que me presentearam com histórias bem humoradas (e que nem por isso foram menos inteligentes, talvez até mais), que deixo aqui meus nomes favoritos até hoje: Machado de Assis, Millôr Fernandes, Mário Prata, William Shakespeare, Mark Twain, Paulo Mendes Campos, Câmara Cascudo, José Jacinto Veiga, Mário Quintana, Luís Fernando Veríssimo, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, os irmãos (Aluísio e Artur) Azevedo, Stanislaw Ponte Preta, Rubem Braga.

Recado dado, recomendações feitas, riso inevitável.
Veridiana Sganzela Santos é jornalista, escreve no Jornal Comarca de Garça e colabora com o nosso blog, sugerindo boas leituras. 
       Vamos aproveitar suas sugestões!




04 novembro 2014

OUTROS LIVROS...




                                        OUTROS LIVROS MUITO BONS:

                    Encontramos histórias excelentes em VIAGEM PELO BRASIL EM 52 HISTÓRIAS, de Silvana Salerno, ilustrações de Cárcamo, editora Companhia das Letrinhas, talvez uma por semana. 
São histórias das 5 regões do Brasil: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Ali encontramos :
                    A LENDA DO MATE (SUL)
                    O TESOURO DO REI ( SUDESTE)
                    OS TRÊS PRÍNCIPES (NORDESTE)
                    NA RODA DO JATOBÁ (CENTRO-OESTE)
                    COBRA NORATO NORTE) 
          
                    Vale a pena conferir!
               

02 novembro 2014

INDICAÇÃO DE LIVROS



                        INDICAÇÃO DE LIVROS

              Quando vamos contar histórias, e praticamente impossível, tê-las, digamos para pronta entrega. As histórias devem ser escolhidas de acordo com a plateia ouvinte. Essa é a nossa primeira instrução. Eis uma pequena lista de livros que costumamos consultar:
               FÁBULAS DE ESOPO- há diversas editoras e versões
               O LIVRO DAS VIRTUDES I E II- William J. Bennett- Editora Nova Fronteira
               100 FÁBULAS FABULOSAS - Millôr Fernandes- Editora Record
               AS CEM MELHORES CRÔNICAS BRASILEIRAS- Joaquim Ferreira dos Santos- Editora Objetiva
              COMÉDIAS PARA SE LER NA ESCOLA- Luís Fernando Veríssimo- Editora objetiva
              LENDAS BRASILEIRAS - Luís da Câmara Cascudo -Global Editora
              CONTOS TRADICIONAIS DO BRASIL PARA JOVENS -Luís da Câmara Cascudo- Global Editora
              COMO CONTAR CROCODILOS- Margaret Mayo- Companhia das Letrinhas
               NOVE CONTOS DE FADAS E DE PRINCESAS- Didier Lèvy- Companhia das Letrinhas
               50 HISTÓRIAS DE NINAR- Tig Thomas - Editora Girassol
               CONTOS DE CINCO MINUTOS- Ana Serna Vara - Editora Girassol
               HISTÓRIAS À BRASILEIRA- Ana Maria Machado - Companhia das Letrinhas
              Como dissemos, uma pequena lista ... para começar! A Biblioteca Municipal de Garça possui mais de quarenta mil livros, para todas as faixas etárias, para todas as preferências. O Grupo Pirlimpimpim também possui um acervo particular, com mais de quinhentos títulos, sem falar de nossos livros preferidos, nas estantes de nossas casas. 
              Para ser um bom contador, tem que ter informação, que pode ser de nossas vivências ou das pesquisas em livros, jornais, revistas e, atualmente, na Internet.
              Esperamos que tenhamos ajudado um pouco! Pode deixar um comentário, se tiver alguma sugestão. Ficaremos felizes com a sua participação.

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01 novembro 2014

OS TRÊS DESEJOS



                   É, ficamos sem notícias por alguns dias. Já estava com saudades, mas às vezes, não conseguimos cumprir todas as tarefas, infelizmente. Mas, já vamos resolver esse problema, trazendo para vocês algumas novidades. O mês de outubro se foi ( grande novidade!) e tivemos a presença de várias turmas na hora do conto: Escola Sílvio Sartori, Professor João Crisóstomo, Patronato, Norma Mônico, Orane Avelino de souza, CAPS I, Creche Remo Casarsa e Creche Andréa Marangão. Mais de trezentos ouvintes de histórias, descobrindo o encantamento delas, tais como: A  Mensagem Secreta, O Rei Midas, O amigo da Onça, Percival, a Lagarta, O ratinho Medroso, O Bode e a Onça, A Galinha Corocó, O Rei da Mentira, O Senhor Palha, Os Três Desejos, O Lobisomem, O Gato e o Papagaio e outras.
                   Uma história muito apreciada é a dos três desejos, indicada para a faixa etária acima de doze anos. Apreciem-na agora:
           
                               OS TRÊS DESEJOS

                   Era uma vez, um casal de velhos que morava num sítio, bem longe da cidade. A casinha deles era de uma beleza sem par: branquinha, com janelas azuis, varanda tendo à frente um lindo jardim repleto de roseiras floridas, margaridas, cravos e lírios, cultivados pelos velhinhos. No quintal, galinhas, pomar, horta e um chiqueiro que forneciam boa alimentação. O casal vivia sozinho, poi seus filhos haviam se mudado para a cidade. Os dois velhos eram muito felizes, na simplicidade de sua vida. À tardinha, sentavam-se na varanda: ele na rede e ela na cadeira de balanço, balançando-se lentamente, olhando as primeiras estrelas que surgiam no céu e ouvindo os primeiros sons da noite. Depois entravam, jantavam e iam dormir. Era a rotina deles.
                  Mas, certa tarde, de repente a mulher levanta-se da cadeira e dá um grito:
                  _ João, eu vi! Juro que vi, João!
                  _Viu o que, Maria! Que susto!
                  _Eu vi uma estrela cadente, João!
                  _Ora, Maria! Estrelas cadentes aparecem todas as noites!
                  _Sim, João, mas quando a vemos podemos fazer três pedidos, que eles serão realizados!
                  _Maria, depois de velha você está ficando biruta! Onde já se viu isso?
                  _Sim João. Podemos pedir o que quisermos, até um marido para a nossa filha solteira, da cidade. Podemos pedir qualquer coisa, que seremos atendidos!
                 _Maria, esqueça isso!
                 Mas Maria, encantada pela oportunidade, ficou teimando com João, que, em dado momento perdeu a paciência, e falou:
                 _ Olha aqui, Maria, está na hora da janta, eu estou com fome e o que quero mesmo, é um prato com linguiças bem fritinhas!
                 Nem bem acabou de falar, ouviu-se um assobio e, na frente do casal assustadíssimo, apareceu um prato cheio de linguiças, fumegantes e cheirosas. Maria foi a primeira a se recuperar do susto e esbravejou:
                 _João, você desperdiçou um desejo, pedindo linguiça? Tanta coisa para pedir! Eu quero que uma linguiça grude no seu nariz!
                 Para assombro dos velhos, ouviu-se mais uma vez o assobio, e uma linguiça grudou no nariz do velho, que desesperado a puxava, porém inutilmente. Ela não desgrudava do seu nariz!
                  _Maria, tire essa linguiça do meu nariz agora mesmo!
                  Maria puxava e nada. Pegou uma faca, que quebrou-se. Pegou outra, que também se quebrou. João gritava, desesperado, para Maria fazer o terceiro pedido. Mas Maria não queria abrir mão do pedido e dizia que o nariz de João estava muito bom. Com bastante dinheiro na mão poderia fazer uma plástica. Ou uma capa de ouro, talvez! Mas João tanto pediu e tanto implorou, que Maria fez o terceiro pedido. No mesmo instante, ouviu-se o misterioso assobio e a linguiça despregou-se do nariz de João, desaparecendo no ar, assim como o prato cheio de linguiças.
                 Aliviado, João olhou para Maria, agradeceu-lhe, abraçou-a carinhosamente e disse:
                  _Maria, já temos o suficiente para nossa felicidade. Vamos entrar e fazer nosso jantar costumeiro! 

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