27 junho 2012

Superstições Japonesas

    Já contamos algumas histórias do Japão, falamos da imigração japonesa, mas falta falar um pouco das crendices que, como em qualquer lugar do mundo, lá também existem.
    Reza a crendice japonesa,que muitas pessoas que se deitam após comer podem se transformar em um boi. Mesmo que não ocorra a metamorfose, é certo que estará ganhando alguns quilinhos se adquirir esse hábito!
    Jamais coma tempurá com melancia (lembra o dito popular brasileiro-não tomar leite e depois comer manga).
    Se comprar sapatos novos, evite estreá-los à noite. Isso pode trazer má sorte.
    Para quem vive tentando a sorte nas loterias, uma boa dica: se você encontrar um pedaço de couro de cobra, deve guardá-lo na carteira. Segundo dizem, isso fará com que você fique rico. Não custa arriscar.
Em um local com tatame não pise nas bordas para não atrair má sorte.
                       
Outros azares


    Correias dos tamancos desfiadas ou cortadas por acaso.
    Quebrar um pente.
    Um bando de corvos.
    Se um corvo cantar no telhado, acontece um azar nessa casa.
    Quando encontrar um carro funerário é melhor esconder os polegares; se não o fizer, os seus pais terão um azar.
    Traz azar responder a uma pessoa que fala enquanto dorme.


    Coletamos essa pesquisa num jornal nipo-brasileiro há alguns anos; os japoneses são tão apegados a crendices populares quanto qualquer outra nação. De tão populares algumas superstições são quase uma instituição nacional. O número 4, com a pronúncia (SHI), tem pronúncia idêntica à palavra morte(SHI) e, por isso , é comum que prédios não tenham o quarto andar, principalmente em hospitais; é usual não dar lembrancinhas compostas de 4 unidades ou 4 peças, pois o presente pode virar motivo para o término da amizade. Mas há outros números que não costumam aparecer nos leitos de hospitais: 9-agonia ou tortura; 42- significa morrer; 420- espírito.


    Mas a, lista vai longe e, muitas crendices encontram semelhanças com as brasileiras, como o trevo de 4 folhas que dá sorte; um passarinho defecar em sua cabeça é bom(rsrsrs); dá azar um gato preto atravessar na sua frente.


12 junho 2012

Maneki-Neko

   Em junho costumamos direcionar nossas sessões de contos para a cultura japonesa: falamos sobre a imigração  dessa brava gente do Japão, as dificuldades nas longas viagens, a diferença de costumes e da língua, mas também contamos histórias tradicionais japonesas. Mostramos alguns objetos como os "guetás"(tamancos de madeira), leques, lanternas e o mais famoso amuleto japonês- Maneki Neko (o gatinho da sorte).
    Há mais de uma origem para o gatinho. Uma delas, bastante conhecida, surgida nos meados da Era Edo ( (1615-1868), conta que existiu, no bairro de Imado, em Edo (hoje Tóquio), uma velha senhora que tinha um gato de estimação. A velhinha estava em péssimas condições financeiras, porque, devido à idade avançada, não conseguia arranjar um trabalho para garantir seu sustento. Numa determinada ocasião, a situação ficou tão crítica que ela não tinha mais como alimentar seu gatinho. Então, conversando com o bichinho, disse:
    -É com o coração partido que eu terei de abandonar você. Devido à minha condição de extrema pobreza, não tenho como continuar lhe alimentando.
    Depois, com lágrimas nos olhos e barriga roncando, a velhinha foi dormir. E teve um sonho, no qual o gato apareceu e disse:
    -Molde a minha imagem em barro que trará muita sorte a você.
    No dia seguinte, ela resolveu fazer uma estatueta do gato, confirme o sonho havia sugerido. Enquanto ela moldava o barro, o gato estava "lavando a cara" com gestos exagerados e, achando engraçado, a velhinha resolveu moldar o bichinho com a pata levantada. Colocou-a para secar na janela e, nisso passou uma pessoa em frente a sua casa e, achando interessante, quis comprar a estatueta.
    Como estava dias sem comer, a velhinha vendeu a estatueta e comprou comida para ela e para o gato.
    Assim, de barriga cheia, resolveu fazer outra estatueta para deixar como talismã da sorte. Porém apareceu outra pessoa e comprou a segunda estatueta.
    Quanto mais a velhinha fazia estatuetas, mais aparecia gente para comprá-las. Com isso, ela mudou de vida e nunca mais passou necessidades.
    A estatueta, então, passou a ser conhecida como Maneki-Neko.



01 junho 2012

Garça e os imigrantes: Parte II

Maria Helena
Ao ouvir a narrativa de Nancy sobre a chegada dos imigrantes ao Brasil, imediatamente nos vem a lembrança de nossos heroicos antepassados que vieram de tão longe e muitos, para nunca mais voltar!
   A maioria deles veio para substituir a mão de obra dos infelizes escravos que haviam sido libertos pela Lei Áurea, mas trabalharam tanto como eles apesar de não sofrer castigos físicos e perseguições.
   Maria Helena prosseguiu a narrativa de Nancy contando sobre a saga de um imigrante italiano que chegou ao Brasil com apenas 15 anos, trabalhou nas lavouras de café do interior do Estado de São Paulo até chegar em nossa região em 1918, quando já tinha 43 anos e Garça ainda se chamava INCAS.
   Esse imigrante era Carlos Ferrari. Ele comprou 100 alqueires de terras e em 1924 iniciou um loteamento que deu origem a um bairro chamado Ferrarópolis que progrediu rapidamente, juntamente com outros bairros ao redor, formando uma nova cidade, não mais INCAS e nem ITALINA: nasceu, então a cidade de GARÇA.
Vera Lúcia
   O fato mais marcante da vida de Carlos Ferrari, foi, certamente,quando durante a segunda guerra, em 1943, alguns indivíduos arrancaram a placa de uma rua com o seu nome e a trocaram por Rua Olinda, em retaliação pelo bombardeio do navio de mesmo nome pelos submarinos alemães. Como a Itália era aliada da Alemanha e do Japão nessa fase da guerra, os imigrantes dessas origens passaram a ser discriminados e perseguidos no Brasil. Em Garça não foi diferente; após o término da guerra a rua em questão voltou a ser chamada Carlos Ferrari, um dos fundadores da cidade, que morreu em 1944 aos 69 anos, ainda durante o terrível litígio mundial, causador de tantas tristezas.
   Mas, como a vida continua Vera Lúcia recordou tempos mais recentes e alegres do passado da cidade.
   Ela nos levou a percorrer os corredores e escadarias de uma excelente escola: a Escola Hilmar Machado de Oliveira que, até hoje é um dos baluartes da educação em nossa cidade. Por ali passaram muitos jovens que se destacaram profissionalmente conduzidos pelas orientações de competentes professores que deixaram saudades.Quem ali estudou guarda na memória as figuras dos professores de Português, Matemática,História, Geografia, Inglês,Música, Francês, Educação Física, Trabalhos Manuais, Latim, Ciências, Desenho, Física, Biologia, etc.
   A todos os grandes mestres do passado nossa homenagem sincera e carinhosa!
O Público
   Marisa retomou a palavra para finalizar a noite, lembrando das manhãs de domingo no auditório da Rádio Clube de Garça ZYL3, quando havia apresentação de talentos da cidade e o prêmio era uma garrafa do refrigerante Pif-Paf, produzido e engarrafado em Garça. E para reforçar a lembrança o Grupo Pirlimpimpím cantou a propaganda da bebida, acompanhado por alguns dos saudosistas presentes.
   A noite foi ótima e a alegria de quem lá esteve nos anima para outra apresentação, no próximo ano.
   Até breve amigos!